Manifesto 25N
QUANTO É QUE PORTUGAL SE PREOCUPA EM ACABAR COM A VIOLÊNCIA MASCULINA CONTRA AS MULHERES E RAPARIGAS?
Não sabemos.
O que sabemos é que a violência contra as mulheres tem um custo estimado de 8.000 MILHÕES € por ano em Portugal (EIGE: 2021).
O que sabemos é que os registos de violência doméstica aumentaram em todas as regiões do país em 2022. Mais de 26.000 casos, um acréscimo de 16% em relação ao ano anterior (PORDATA: 2023).
O que sabemos é que na proposta do OE2024 em discussão no Parlamento há uma dotação, comparativamente irrisória na medida “082-Segurança e Ação Social – Violência Doméstica – Prevenção e Proteção à Vítima”, de apenas 22,7 MILHÕES € e de apenas mais 300 mil € do que em 2023 (MAAP:2023).
O que sabemos é que A VIOLÊNCIA MASCULINA CONTRA AS MULHERES É CAUSA E CONSEQUÊNCIA DA INÍQUA DESIGUALDADE ESTRUTURAL QUE SE PERPETUA ENTRE MULHERES E HOMENS
O que sabemos é que a dotação da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género decresce em 2024! Assim como a dotação do Gabinete da Secretária de Estado para a Igualdade e Migrações (MAAP:2023)
QUANTO É QUE PORTUGAL SE PREOCUPA EM ACABAR COM A VIOLÊNCIA MASCULINA CONTRA AS MULHERES E RAPARIGAS?
Não sabemos.
O que sabemos é que a violência contra as mulheres e as raparigas perturba a paz, a estabilidade, a coesão e a segurança nas famílias e nas comunidades. Enfraquece ou impede a consistência da garantia dos direitos das mulheres, de todas as mulheres. Constitui um obstáculo adicional ao pleno desenvolvimento das capacidades das mulheres em todos os domínios, nomeadamente na vida profissional e cívica. Desencadeia e aumenta uma miríade de custos para a sociedade em termos de cuidados de saúde, educação, proteção social, justiça e produtividade, impedindo a economia de atingir o seu pleno potencial.
O que sabemos é que a solução passa por respostas sólidas, incluindo o investimento na prevenção.
O QUE SABEMOS É QUE A SOLUÇÃO RESIDE NO APOIO E NO INVESTIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES DE DEFESA DOS DIREITOS DAS MULHERES CUJA ACÇÃO TEM SIDO FULCRAL NA PREVENÇÃO E NO COMBATE À VIOLÊNCIA MASCULINA CONTRA AS MULHERES E RAPARIGAS.
A investigação mostra que a presença de um movimento feminista forte e autónomo É O FATOR MAIS IMPORTANTE para impulsionar a mudança de políticas que visam acabar com a violência contra as mulheres e as raparigas, tanto a nível nacional como global.
As organizações de mulheres desempenham um papel vital na prestação de serviços a nível local, reforçando o empoderamento das mulheres e chegando àquelas que correm o risco de serem deixadas para trás.
No entanto, em termos mundiais, apenas 1% da ajuda estatal centrada nas questões dos direitos das mulheres e da igualdade entre mulheres e homens é dirigida a estas organizações.
E em Portugal?
O que sabemos é que apesar de existir uma Lei de Associações de Mulheres em Portugal, houve uma redução drástica dos apoios financeiros às organizações não-governamentais de mulheres, no Orçamento do Estado em 2001 (!) e que em 2017, o apoio financeiro às organizações não governamentais de mulheres deixou de integrar a Lei do Orçamento do Estado.
O que sabemos é que nos últimos vinte anos o acesso ao financiamento é através de candidaturas a fundos europeus, com requisitos desproporcionais face à natureza e estrutura organizativa destas associações, além de condicionar a sua intervenção de acordo com prioridades definidas politicamente por cada governo em exercício.
O que sabemos é que a esmagadora maioria da verba em Portugal para a “Igualdade de Género” paradoxalmente não chega às Associações de Mulheres, mas acaba por ir para outras entidades, as mais variadas, cujos referenciais de intervenção não são necessariamente orientados pela perspetiva dos direitos humanos das mulheres ou pela perspetiva transformadora feminista que desconstrói as relações desiguais de poder entre mulheres e homens.
O que sabemos é que as Associações de Mulheres prestam serviços essenciais como estruturas de apoio às vítimas de violência doméstica e serviços de apoio a sobreviventes de violência sexual, o que exige dotação anual inscrita em OE e não dependente de candidaturas a fundos europeus ou recursos resultantes dos Jogos Sociais (em decréscimo!) e que, neste momento, na transição entre quadros Portugal 2020 e Pessoas 2030 há Associações de Mulheres a funcionar precariamente ou em risco de fechar a porta!
O que sabemos é que sem o trabalho destas Associações, o Estado não teria resposta para estas problemáticas e que a atual “contratualização” destas respostas com as Associações, está com pagamentos em atraso, obrigando-as a recorrer à banca, a fechar serviços e até a deixar trabalhadoras com salários em atraso.
QUANTO É QUE PORTUGAL SE PREOCUPA EM ACABAR COM A VIOLÊNCIA MASCULINA CONTRA AS MULHERES E RAPARIGAS?
Não sabemos.
O que sabemos é que o femicídio continua ainda sem ser definido como uma infração penal específica.
O que sabemos é que há uma narrativa instalada que não questiona os estereótipos sexistas que contribuem para uma cultura de violência masculina contra as mulheres e raparigas online e offline.
O que sabemos é que todas as formas de violência contra as mulheres estão relacionadas e formam um continuum, traduzindo-se em muitas e diversas formas, desde violações óbvias dos direitos das mulheres a formas mais subtis ou distorcidas de controlo sobre as suas vidas, os seus corpos e a sua sexualidade, incluindo a violência online e a exploração sexual.
O que sabemos é que as Associações de Mulheres em Portugal correm o risco de acabar, e que as MULHERES enquanto sujeito político estão a ser invisibilizadas, não obstante a proibição da discriminação com base no sexo e a promoção da igualdade entre mulheres e homens estarem inscritas na Constituição da República Portuguesa!
Subscrições do Manifesto
Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres
AMCV – Associação de Mulheres Contra a Violência
ASM – Associação Ser Mulher
Mulher Séc. XXI – Associação de Desenvolvimento e Apoio às Mulheres
SOROPTIMIST INTERNATIONAL UNIÃO DE PORTUGAL
SOROPTIMIST INTERNATIONAL CLUBE LISBOA FUNDADOR
Associação Inspiring Girls
MA – Mulheres na Arquitectura
EOS – Associação de Estudos, Cooperação e Desenvolvimento
Graal
APEM – Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres
Feministas do Alentejo
REDE de Jovens para a Igualdade
Associação Dignidade
ACF – Associação contra o Femicídio
AMONET – Associação Portuguesa de Mulheres Científicas
CooLabora
Akto- Direitos Humanos e Democracia
Fundação Madre Sacramento
Fundação Cuidar o Futuro
AMUSEF – Associação Mulheres Sem Fronteiras
Mén Non – Associação de Mulheres de São Tomé e Príncipe em Portugal
APC – Associação Projecto Criar
Association des Femmes de l’Europe Méridionale AFEM
Comissão de Mulheres da UGT
Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde Egas Moniz
Paramédicos de Catástrofe Internacional (PCI)
AMUCIP – Associação de Mulheres Ciganas Portuguesas
Associação SERES
Associação de Mulheres P de Potência
Cooperativa SEIES
Associação Balodiren
Conselho Português para os Refugiados
Comissão para a Igualdade da Universidade da Beira Interior
Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto (APDMGP)
Maria João Faustino, representante da PpDM no Executivo do Lobby Europeu das Mulheres
Maria do Céu da Cunha Rêgo
Regina Tavares da Silva
Ana Sofia Fernandes
Isabel Romão
Ana Coucello
Alexandra Silva
Diana Pinto
Maria Sepúlveda
Lina Coelho
Margarida Medina Martins
Yana Lytvynets
Catarina Teixeira
Filipe José Gago da Conceição
Ana Brandão
Lúcia Saraiva
Isabel Castro
Elsa Moura
António Fonseca
Ana Isabel Nunes
Ana Carmo
Ivan Faria
Maria Ester Vargas
Maria Manuela Franco da Silva
Helena Schimitz
Estrela Maria Capelo Rosário
Mariana Valente
Teresa Joaquim
Liliana S. Ribeiro
Sara Martins
Joana Ramos Monteiro
Patrícia Faivre
Maria Eduarda Pereira Pinto
Maria Margarida Nunes Cabral
Patrícia Ramos
António Garcia Pereira
Irene Cristina
Carla Antunes
Ana Cristina Almeida
Augusta Barbosa
Ana Maria Ventura Pascoal
Antónia Coutinho
Joana Silva
Sara Isabel Magalhães
Rita Mimoso
Elisa Marta
Ana Dias
Eulália Gonçalves
Catarina Martins
Andreia Resende
Rute Castela
Ana Paula Reis
José Afonso Ferreira
Teresa Pinto
Susana Cristina Gonçalves Ramos Maldonado Pereira
Isabel Cruz Lousada
Sara Falcão Casaca
Rosa Maria Matias dos Santos
Inês Laginha Martins
Paula Sequeira
Elsa Nogueira
António Rebelo
Joana Frias da Costa
Isabel Baptista
Carmen Branco
António Ferrari
Carla Madeira
Maria Teresa Alvarez Nunes
Esmeralda da Conceição Salgueiro de Matos
Lara Ximenes Coelho
Sara Pinto dos Santos
Isabel Marujo
Fernanda Bernardo
Ana Caldeira
Alexandra Mota Torres
Ana Esperança
Teresa Teixeira da Silva
Joana Pestana Lages
Lia Antunes
Maria Shearman de Macedo
Maria Odete
Luísa Saavedra
Victória Souto e Castro
Maria Antónia Lopes
Andreia Matos
Patrícia Santos Pedrosa
Sofia Castelo
Heloísa Perista
Noel Gouveia
Natália Favero
Guilherme Costa
Flávia Sardinha
Laura Maria Santos de Sousa Esperança
Emília Galego
Nádia Roseiro
Graça Rojão
Fernanda Bernardo
Mónica Araújo de Albuquerque
Helena Correia
Rita Oliveira
Sofia Oliveira
Maria Leonor Carmo
Lúcia Serralheiro
Simão Costa
Yolanda Teixeira da Silva
Inês Filipe
Kezita Michingi Miguel
Ana Cristina Gomes Marrão
Ana Bento
Sara Gésero Neto
Rita Santana dos Santos
Gonçalo Fonseca
Petra Viegas
Marta Daniela Costa
Luana Flávia Oliveira
T. André
Maria João Cardona
Raquel Pacheco Mello Cunha
Rita Coelho
Cláudia Guedes
Débora Vilas Boas
Rosa Pantaleão
Laura Brito
Joana Lemos
Sónia Ramalho
Ana Sofia Martins de Jesus
Cláudia Manuela Barros Morais
Dalila Milheiro
Sónia Arroz
Maria Godinho Nascimento
Inês Laginha
Felícia Cabrita
Richard Leslie Furtado
Maria Isabel Furtado
Vanessa Ranieri Cervinho Viana
Diana Sousa
Paula Ventura
Edilaine Barros de Souza Justino
Isabel Pina
Paula Cota
Mário Costa
Letícia Gonçalves
Filipa Rosado
Andreia D. Ribeiro
Isabel Ventura
Ismaela Sá Menezes
Cristina Cunha Cruz
Ana Moreira
Edite Varela Salgado
Rosana Albuquerque
Mariana Branco
Laura Freire
Lídia Barreiros, Presidente SI UNIÃO DE PORTUGAL
Regina Lagoà, Presidente SI Clube Lisboa Fundador
Ana Parada da Costa
Eliana Madeira
Joyce Rodrigues
Orlando Tavares Coutinho
Esmeralda Sordo
Maria de La Salete Coelho da Rocha Pereira da Silva
Cristina Silva Ferreira
Diana Castano Torres
Ana Marques
Carolina Fonseca
Gonçalo Morais
Francisca Soromenho
Rita Madeira
Amélia Pinto
Darlinda Moreira
Ana Paula Lopes da Silva Damas Fitas
Guilherme Alves Oliveira
Isabel Cruz
Tânia Salgado
Isabella Rusconi
Maria Alice Fernandes
Luís Augusto S da Fonseca
Ana Russo
Sara Epifânio
Sofia Montenegro
António Veríssimo Caneira
Ana Maria Fonseca
Iolanda Veiga
Rita Brito
Sofia Figueiredo
Bruno Miguel Pimentel
Nelly Bandarra Jazra
Lisa Pereira
Teresa Berger
Joana Sousa Ribeiro
Isabel Pinto dos Santos
Rita Ribeiro
Inês Lopes
Paula Tomé
Manuela Martins
Maria Fátima Oliveira Rodrigues
Pedro Martins
Ana Silva
Ana Teresa Mariano
Bilyana Zdravkova
Jairo Mariano da Costa Júnior
Teresa Raquel Almeida Guimarães
João Luís Lopes Rio Seco Amaro
Rita Mira
Íris Martins
Becas Resende
Raquel Segadães
Pedro Krupenski
Alexandra Tavares de Moura
Ana Tavares
Nuno Rosmaninho
Alda Carvalho
Filomena Teixeira
Teresa Sá
Liliana Pedro
Rosário Rosa
Paula Maria Ganhão
Catarina Moreira
Carla Maria Santos Flores
Patrícia Guedes de Carvalho
Rogério Henriques
Sónia Castro
Matilde Saldanha Fernandes
Isabel Maria Gomes da Costa
Isabel Rebelo
Inês Saraiva Neves
Maria Ferreira Lino
Celia Rocha
Inês Brasão
Catarina Oliveira
Vera Alexandra Mota Cardoso do Rosário
Maria Gouveia
Ana Wiesenberger
Monica vaz
Gracinda Azevedo
Dália Botelho
Ana Cardoso
Clara Vaz
Joana Lopes
Nuno Gomes
Maria Goreti Pereira da Rocha
Jorge Cardoso
Maria Assis Costa
Daniela Sofia Neto
Teresa Barreto Xavier
Ermelinda Cambundo